quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Hate Preface

CAPÍTULO 002
Chegou o grande dia. Raíssa acordara cedo, se maquiou e se vestiu. Entrara no computador e entrou no site, imprimindo os ingressos. Ela podia, sim, fazer isso. Imprimiu e foi até o shopping. Gee, o Flavio, o FaaaH e Léo iriam buscá-las no shopping mais próximo de sua casa. Chegou lá dez minutos atrasada e os quatro estavam um pouco (leia-se completamente) alterados e nervosos. Raíssa chegou com um sorriso meigo e Gee a olhou de cima a baixo, sorrindo.
— É... Você?
— Não, vagal, sou um clone — disse irônica, rindo depois — FLAAAVIO! — gritou, batendo palmas.
Gee rolou os olhos, ignorando o último comentário e a puxando pra si, abraçando-a com força. Raaí, mesmo um pouco envergonhada e tensa com o contato direto com o baixista da banda pela qual ela tinha maior aversão, retribuiu. Gee tinha um aroma bom, e ela podia sentir seu coração batendo demasiado acelerado enquanto a abraçava. Ela sorriu, afagando seus cabelos morenos.
— Você me abraçou quando eu chamei o Flavio porquê...?
— Pra você não se aproximar daquele kiko bochechudo.
— Flavio! — gritou, abraçando-o.
Flavio riu, abraçando-a e afagando os cabelos pretos dela. Gee a puxou pela cintura e fez careta.
— Não gostei nada disso, se quer saber.
— Eu gostei — disse Flavio, sorrindo meigo.
— Own, meu ciumento lindo — ela disse, apertando as bochechas de Geovanni, que já ia partir pra cima de Flavio.
— Pf, ciúme! Olha pra minha cara de quem tem ciúme. De uma menina de cabelos pretos, estupidamente baixa, com esses... Olhinhos pequenos e mega-maquiados. E esse jeitinho fofo. E esses bracinhos arrepiados... — ele disse, passando as mãos pelos braços de Raíssa, cheios de bolinhas. Deu um grito levemente afeminado — Tá com frio, bebê?
— Quer minha blusa? — perguntou Léo, sorrindo maliciosamente pra Gee.
— Vai se foder — disse Gee, bufando — Vem cá, pequena.
E a abraçou. Raíssa riu, afagando os cabelos do garoto. Fabricio André a encarou.
— Nem fala comigo, demo!
— Desculpa, magrelo! — gritou, saindo dos braços de Gee e pulando no do outro — Tá bem, meu lindo?
— To sim, e você, minha linda?
— To ótima — disse, e sorriu meiga.
— Que bom, princesinha, que bom.
— Alguém vai dar a louca daqui a pouco... — cantarolou Flavio.
— Quem? — perguntou Léo, como se provocasse Gee.
Gee começava a ficar vermelho e Raaí riu alto, abraçando-o de lado também. Ele bufou, empurrando FaaaH e a tomando pra si, abraçando-a por trás e afagando os cabelos da menina, beijando-os em seguida, depois mordendo levemente seu pescoço.
— Olha aqui, seu branquelo vagalzinho, se ficar marca, eu vou deixar você estéril. Eu juro que vou.
— E eu não sei? Conheço bem a menina pela qual eu me apaixonei em dois dias.
Raíssa corou e cobriu o rosto com as mãozinhas. Geovanni riu e beijou sua bochecha. FaaaH pigarreou.
— Oi, tenho fome.
— Ah, dois! To morrendo de fome! Gee, me paga um Frappuccino? — pediu, chacoalhando-o — Por favor, por favor!
— Pago, draga, pago sim! — disse, rindo — Quer comer alguma coisa?
— Quero, quero sim! — gritou — Em primeiro lugar, o meu copo é Venti. E talvez eu tome dois. Eu quero dois brownies, um cookie e três pãezinhos de queijo. Por favor.
— Meu Deus — disse Geovanni, boquiaberto — Como come, criatura!
— Eu sei.
E sorriu sapeca. Gee riu e ela o puxou até o Starbucks. Pediu seu Frappuccino com base de café e chocolate e se sentou ao lado de FaaaH, jogando a cabeça no ombro do garoto. Gee trouxe seu café e ela leu o nome escrito no copo: Amor do Gee. Entrou em crise de riso.
— Ai Jesus — disse, rindo — Que meigo, Gee, que meigo!
— Obrigado, eu sei.
Riu alto e tomou um gole de seu café. Comia enquanto os garotos a observavam.
— Vocês não vão comer? — perguntou, levemente envergonhada.
— Vamos. Estamos observando você antes.
— Seus merdas — disse, corando — Eu tenho vergonha, ok? Eu não como.. Bonitinho.
— Quem come bonitinho? — perguntou Flavio, confuso.
— Meninas ricas, meigas e educadas. Eu como muito, como mal e como feio.
Gee riu e abraçou Raíssa de lado, tirando o brownie da mão da menina e mordendo-o. Raíssa mordeu a mão e depois o queixo do garoto. Gee prendeu a respiração, mordendo o lábio levemente e depois mordendo a bochecha da menina.
— Você provoca, né, pequena — sussurrou, mordendo o lóbulo da orelha da ruiva, rindo baixinho.
— Provoco? — perguntou doce, rindo.
— Muito — disse, rindo.
Riu baixinho e o abraçou. Terminara de comer e depois os garotos comeram. Raíssa secou os cookies de Flavio como se não tivesse comido nada e pegou um. Flavio pôs as mãos na cintura.
— Folgada.
— Sou mesmo — disse, após engolir — Folgada e como pessimamente, de todos os sentidos.
— Mal educada! — gritou Flavio — Ah, salafrária!
— Salafrário é você, seu abusado!
— Que despeitado!
Bateu no peito de Flavio, que deu um tapa em sua coxa. Bufou, pegando mais um cookie e enfiando-o todo na boca. Flavio se inclinou pra cima dela.
— Safada!
— Quer de volta? — perguntou, sorrindo maliciosa.
— Quero!
O garoto curvou-se pra cima dela, quase selando os lábios nos dela. Gee a puxou pela cintura e a garota caiu na poltrona, rindo alto. Balançava as perninhas pra cima e Gee bufou, empurrando Flavio da menina. O garoto a imitou, deitando e rindo alto.
— Own, ciumentinho! Estava testando você! — disse, apertando a bochecha dele — Vendo até onde ia seu ciúme!
— Vai muito além do que você imagina, sua baixinha.
Ela riu, apertando a bochecha do garoto. Estava realmente se divertindo ali. Mais do que devia. Estava deitado no colo de um dos gazelas, chutando o outro que ocupava muito espaço no sofá. Enquanto os outros dois riam, riam alto e... Filmavam?
— O que você tá fazendo, Tudo Eras? — perguntou, sentando-se na poltrona.
— Filmando isso pra posteridade. Manda um beijo pro Gee Jr.
— Quem?
— Seu futuro filho.
— Vai à merda.
— Viu, Gee Jr? Ela mandou você à merda.
Raíssa deitou no sofá e mostrou o dedo do meio pra câmera. FaaaH riu.
— Mal educada. Mas que bela fã fomos arranjar.
— Já falei que vou trocar no Procom! — gritou Léo.
— Eu gostei — disse Gee, rindo e afagando os cabelos dela — Gostei bastante — disse meigamente, mordendo a bochecha da menina.
— Own, que fofo! — disse FaaaH, pegando o iPhone de Léo e pondo sobre os dois — Agora dá besinho, dá! — gritou, fazendo Raíssa rir alto.
— Não.
— Não? — disse Gee, levemente decepcionado.
— Não! — disse, rolando os olhos.
Gee negou com a cabeça e a levantou. Sentou-a em seu colo e selou levemente os lábios nos da menina, que pôs a mão em sua nuca, sem saber o que fazer. Separou levemente os lábios dos dele e riu. Estava quase tão vermelha quanto uma pimenta e escondeu a cabeça no peito do branquinho. Ele riu, afagando os cabelos da menina e beijando os mesmos.
— Desculpa — sussurrou — Não deu pra segurar.
— Ah, eu vou superar — sussurrou a menina, saindo do colo deste — Acho.
— Foi tão ruim assim? — perguntou, rindo.
— Aposto que o meu seria melhor — cantarolou Flavio.
— Você fica na tua, hein!
A menina riu, voltando à cor normal aos poucos. Aconchegou-se encostada à Gee, que passou o braço em volta do tronco da menina, que o afagou. Pegou o brownie de Gee e mordeu, colocando-o no prato de volta e depois bebericando o Cappuccino dele. Gee bufou, rindo.
— Folgada.
— O que é seu é meu, branquelo — disse, rindo.
— Hm, então tá.
Riu baixinho e ela jogou a cabeça pra trás, beijando o queixo do menino, que sorriu e deu um selinho nela. Voltou à cor de uma pimenta e escondeu o rosto com as mãos. FaaaH bufou.
— Mas tá uma coisa aí, viu! Procurem um quarto! Caramba, Gee, tarando a fã?
— É tratamento exclusivo pra mim ou são várias fãs? — perguntou Raaí, rindo.
— Várias! — gritou Léo — Perdi a conta.
Soltou-se instantaneamente de Gee e se ajeitou na cadeira, fazendo bico. Ele fitou os companheiros de banda, os fuzilando com o olhar e deitou no colo dela, beijando a barriga dela.
— É mentira, bebê, você é a única.
— Quem me garante? — perguntou, num fio de voz.
— Eu — ele sussurrou, encostando a testa na dela.
— Não é uma boa...
Antes que ela terminasse de falar, Gee a calou com um selinho. Ela bufou, rindo logo depois. Puxou o garoto pela nuca e o beijou. Gee riu baixinho, ajeitando-a no banco. FaaaH riu e desligou a câmera.
— Isso eu não quero pra posteridade. Melhor Gee Jr. não saber como foi fabricado.
Raissa mordeu levemente o lábio de Gee, separando os dois. Levantou-se da mesa e ele se deitou no mesmo, tentando puxá-la pela blusa.
— Eu vou retocar minha maquiagem e já venho pra gente ir pra passagem de som de vocês.
— Okay — disseram em uníssono.
Assim que a perderam de vista, Gee suspirou com um sorriso bobo no rosto. Flavio o deu um tapinha no ombro e abraçou o amigo de lado, sorrindo.
— Meu garotão, hein! Tá crescendo!
— Nosso menino está amando! — disse FaaaH, chacoalhando Léo.
— Nosso é o cacete, até parece que eu tive um filho com você, seu bosta.
— Incrível como os anos passam e os parceiros vão ficando carrancudos...
— Se a Raíssa já é agora, imagine daqui a uns anos — disse Gee, rindo.
Riram. Raíssa pôs os braços sobre os ombros de Thomas.
— O que tem a Raíssa?
— Ela é linda, perfeita e eu a amo — ele disse, a dando um selinho.
A menina bufou, rindo em seguida. Beijou o lóbulo da orelha do garoto e apressou todos os quatro para irem embora. Chegando na van, aconchegou-se sobre o colo do menino e fechou os olhos. Seria pelo menos meia hora de 'viagem' até o local do show. Quando chegaram, Gee a acordou com um selinho e Raíssa sorriu.
— Que foi?
— Levanta, pequena. Chegamos.
Ela assentiu e espreguiçou-se. Saíram da van e já eram audíveis os berros enlouquecidos das fãs que deixavam Raíssa sem paciência. Depois de algumas passagens de som, que deram no máximo de meia hora, já que estavam incrivelmente atrasados — graças a Raíssa e seu jeito meigo —, os garotos foram se arrumar. Raíssa entrara no camarim assim que eles se trocaram e ficou vendo os garotos se maquiarem e fazerem os cabelos.
— E é aqui que a mágica acontece.
— É incrível como o FaaaH está se tornando pegável! — gritou, fazendo FaaaH tacar-lhe uma lata de spray de cabelo — Outch!
— Eu sou uma delícia, ouviu, menina?
— Ah, claro que é.
FaaaH a fuzilou com o olhar pelo espelho e Raíssa riu, se encolhendo sentada no sofá. gee tacou um pente em FaaaH, que soltou um grito fino
— Por quê?
— Porque você jogou um na minha linda.
— Sua linda prefere o Flavio. Conviva com isso — disse Léo, rindo pra si mesmo.
Começaram a discutir até terminarem de se arrumar. Raaí pegara o celular e o fone pra ouvir música pouco tempo depois de começarem. Ao perceber, Gee sorriu malicioso para os outros três. Percebendo que a menina estava incrivelmente entretida em brincar e desenrolar o fone de ouvido, jogou-se atrás dela e mordeu seu pescoço, fazendo a garota soltar um gritinho fino. Gee riu.
— Não resisti, amor, desculpa — disse, rindo.
— Eu te odeio, sabia?
— Me ama muito — disse o branquelo em tom garboso — Muito mesmo.
— Amo nada.
— Eu sei que ama, nem precisa negar.
Ela fez careta, negando e virou pra encará-lo, brincando com o colar de Gee. Ele sorriu serenamente. A presença da menina o fazia bem. Beijou o topo da cabeça da menina. Raaí levantou a cabeça, o olhando de maneira sapeca. O menino sorriu e selou novamente os lábios nos dela. Raaí já estava se acostumando com isso. Com o hálito quente e doce de Gee, com o modo suave com que as línguas brincavam uma com a outra, com os carinhos tão gentis do menino. Ela não iria admitir nem em um milhão de anos para os amigos, mas ela estava realmente amando aquilo. Separou os lábios e se afastou de Gee. Ia afastar-se na verdade, mas ele a puxou e beijou de novo. A menina riu baixinho.
— Que grude, menino, que grude! — resmungou, rindo e encaixando os braços no tronco do rapaz — Pelo amor de Deus!
— E você nem gosta, né.
— Nem gosto! — disse, rindo e dando-lhe um beijinho de esquimó — Seu bobão.
— Own, como ela sabe xingar!
— Quer que eu xingue de verdade? — perguntou, colocando uma mão na cintura.
— Quero! Xinga bem baixinho.
— Seu puto — sussurrou na orelha do menino, mordendo e beijando a orelha do menino.
— Isso, me mata, safada! — resmungou — Caramba, Raíssa, não me arrepia!
— Arrepio, sim! — sussurrou de novo, beijando-lhe o pescoço.
— A gente precisa dele pra um show daqui a pouco, Raíssa, não dá tempo dele tomar um banho frio — disse Léo, rindo baixinho.
— Nem pra uma rapidi... — Raaí tacou uma almofada em Fabricio antes de que ele terminasse de falar — Ai!
— Você é nojento, sabia? — perguntou a menina, fitando enojada FaaaH.
— Você não está na mente do Gee. Aquilo sim é nojento — disse Flavio, serenamente.
— Não sabe o que ele pensa. — completou Fabricio.
— Muito menos como ele está te vendo. Exatamente... Agora.
— Ah, meu Deus! — ela gritou, se sentando no sofá e pondo as mãos sobre o rosto — Jesus Cristo! Seus porcos!
Os garotos começaram a rir e Gee a abraçou por trás, mordendo seu pescoço. Afagou os braços dele carinhosamente e beijou a bochecha dele. Gee riu.
— Te amo.
— Não, você não me ama, bebê. Você nem me conhece direito, anjo — disse doce, dando-lhe um selinho — Eu gosto muito de você, mas eu só amo dois homens.
— Seu pai e...
— Meu melhor amigo e o meu irmão. Eu sou órfã.
— Entendi. Mas eu te amo, Raíssa, eu te amo de verdade. Eu acho que nunca, nunca, eu gostei assim de alguém. Eu fico todo besta com você, meu estômago embrulha, seu sorriso me deixa idiota e desde que eu te conheci eu fui mais feliz. Você me deixa com cara de besta com um toque e me deixa todo arrepiado. Meu coração dispara...
— Gee, eu aprendi com experiência a não confiar em palavras de músicos — disse, serenamente, afagando o rosto dele.
— Não importa. Eu vou provar.
Pôs a mão da menina sobre seu coração e ela pôde sentir, realmente, que estava disparado. Sorriu, sentindo o rosto corar e ficar da cor de uma pimenta, coisa que estava tornando-se comum.
— Ok, eu acredito em você — disse, dando-lhe um selinho.
Gee não falou mais nada. Apenas sorriu meigo pra ela e selou novamente os lábios nos dela, fazendo Raíssa sorrir.
— Eu já não vivo mais sem seus beijos, sabe.
— Não? — disse, rindo — Que pena... O show vai começar. Boa sorte, lindo, boa sorte!
A auxiliar de palco entrou e avisou que iriam entrar em cena daqui a pouco. Gee puxou Raíssa pra mais um selinho e ela riu, saindo do camarim. Raíssa correu pro palco e Gee a puxou de volta, dando-lhe um beijo demorado. Fabricio começou a bater palmas e ela mostrou o dedo do meio a ele.
— Idiota — resmungou entre o beijo.
— Diz aí, eu não o... — FaaaH contou nos dedos — Quarto ou terceiro homem da sua vida?
— É a segunda mulher.
FaaaH lançou-lhe o dedo do meio e Raaí se soltou de Gee, sorrindo pro garoto que a encarava de maneira meiga e apaixonada.
— Boa sorte — sussurrou, mordendo o lábio inferior.
— Obrigado, linda — disse Gee, beijando a testa dela.
Raaí acenou e foi pra plateia. Os garotos acenaram e então Gee se deu conta de algo.
— Eu não vou nem comentar tua blusa I Love Flavio Fontoura.
Ela riu e foi pra plateia. Logo na frente. Havia ganho uma promoção, afinal. Assim que os meninos chegaram ao palco, os berros aumentaram e Raíssa já estava a ponto de explodir. Suspirou profundamente, contando de 10 a 0 em francês. Era seu modo de acalmar-se. Léo sorriu.
— Hoje é um dia especial. O Gee encontrou a garota da vida dele, o FaaaH alguém que o aguente. Eu vou reclamar no Procom, e ela prefere o Flavio. Ela não ganhou uma promoção. Ela ganhou quatro chatos que vão ficar na vida dela pra sempre. SOBE AÍ, BAIXINHA!
Raaí sentiu as maçãs do rosto corarem e puxou a mão de Léo, subindo no palco com a ajuda de uma ou duas fãs que não estavam afim de matá-la naquele momento. Sorriu docemente.
— Ãhm... Porque eu subi? — perguntou, corando.
— Porque você vai cantar com a gente — respondeu FaaaH, a abraçando pela cintura e beijando sua barriga.
— Não, não vou não! — berrou, corando mais ainda.
— Ok. Então senta aí. A gente só tava a fim de mostrar o quanto te amava — disse Léo, sorrindo.
— Seus putos — sussurrou.
— Ela não é linda, gente? — perguntou Léo, meigamente, olhando pra ela de forma fraternal — Mas o primeiro palhaço que der em cima da minha pequena morre.
— E o Gee, e o Gee? — gritava FaaaH, pulando.
— Não, dele a gente precisa.
Raíssa e as fãs riram e a menina sentou-se no palco, enquanto os garotos tocavam. O show durou pelo menos quarenta minutos a mais do que o esperado, e, assim que as últimas fãs saíram do camarim, Gee se jogou no sofá, seguido pelos outros três. Riu riu, bebericando um gole do café que havia ido buscar. Sentou-se entre Gee e Flavio e o kiko bebericou seu café.
— Eu deixei?
— Eu deixei você pegar meu cookie?
— Não, mas eu peguei mesmo assim!
— Idem!
Ela ia bater nele, mas Gee a abraçou. Raaí levantou, com feições enojadas.
— Você tá suado! — resmungou, se encolhendo.
— Ui, fresquinha — disse o menino, rindo.
— Eu sou! Sou mesmo! — resmungou, pondo as mãos sobre a cintura.
— Vem cá.
— Não, vai tomar um banho — resmungou.
— Chata — resmungou o branquelo, pegando uma toalha e indo até o banheiro do camarim.
Ela se sentou no lugar dele e pegou o Nintendo DS do garoto, jogando Mario Kart enquanto os garotos falavam sobre quão incrível havia sido o show. Ela não queria nem um pouco ouvir aquilo, já que estava afeiçoada o bastante a eles. Não queria xingá-los pelo show que ela havia realmente detestado.
Quando Gee saiu do banho, sentou sobre o colo da menina, tirando o videogame de sua mão, entregando-o a Flavio. Continuou o jogo da menina, que fitou o garoto sobre seu colo com um olhar mortal.
— Pois não, Geovanni?
— Quer fazer o favor de dar mais atenção pra mim do que pro Luigi?
— Eu tava jogando com as tartaruguinhas pra sua informação — ela disse, mostrando a língua — E não, não quero. Eu quero meu videogame agora mesmo!
— Não! Você não veio aqui pra jogar videogame, você veio aqui pra me ver!
— Ela veio aqui pelo Flavio! — corrigiu FaaaH de prontidão.
Raaí mostrou o dedo polegar pra ele, rindo baixinho e piscando. Ele fez o mesmo com os dois dedos e ergueu o braço. Raaí fez o mesmo, dando High-5 no garoto. Gee bufou, pulando no colo da menina, que o derrubou no chão e se sentou no braço do sofá.
— Salafrária! — berrou — Ordinária! 
— Sou! Sou, sim! Seu gay!
Gee levantou. Sentou-se de frente pra Raíssa, mantendo uma distância mínima. A garota riu inaudivelmente, mordendo o lábio inferior. Gee tirou uma mecha dos cabelos pretos que caíam sobre os olhos, diminuindo mais a distância.
— Quer que eu prove o gay?
— Prova — sussurrou, sorrindo sapeca.
— Eu provo.
E lhe selou os lábios, enroscando os dedos nos cabelos pretos da menina, que riu e afagou a nuca do garoto, e com a mão livre, segurou a dele, acariciando-a sutilmente. Léo suspirou.
— Vocês bem que podiam arranjar um quarto.
— Não, deixa eles aí se pegando! É legal assistir! — gritou FaaaH.
Raíssa soltou a mão da de Geovanni e ergueu o dedo do meio a Fabricio, que gargalhou mais.
— Ui, ela tá nervosa, gente! — gritou FaaaH, fazendo Raíssa gargalhar e jogar a cabeça pra trás — Olha só, eu consigo fazer ela rir.
— Com essa cara de palhaço, também... — sussurrou Flavio.
— Olha o respeito comigo, kiko bochechudo paraguai!
— Se você bater no Flavio eu bato em você — disse Raíssa, séria.
Gee bufou, beijando o pescoço da menina, que logo se encolheu, caindo no sofá. O garoto riu e a puxou pra cima de novo. Raaí desceu e pegou o Nintendo DS da mão de Flavio e se deitou sobre o colo do garoto, sorrindo sapeca. Gee a puxou pelos pés, fazendo-a se segurar na cintura de Flavio.
— ME PROTEGE, FLAVINHO! — berrou, fechando os olhos e apertando a cintura do garoto.
— Solta ele, Raíssa! — gritou Gee, puxando-a.
— Não quero! — berrou — Me deixa aqui quietinha! — miou.
— Fica quietinha comigo.
E fez beicinho. Raaí riu, levantando-se e beijando demoradamente a bochecha de Gee, depois dando um beijo estalado sobre os lábios do menino, que riu e a segurou, mordendo os lábios da menina. Raaí abriu os lábios levemente, o que Thomas aceitou como uma permissão que continuasse. Léo a puxou pela cintura.
— Chega. O casalzinho já deu a cota de beijos de hoje.
— Tem cota? — perguntou Gee, rindo.
— Não. Mas vocês extrapolaram a cota inexistente!
— Sabe do que você precisa, Leonardo? — perguntou Gee, pondo as mãos sobre a cintura de Raaí e a cabeça sobre o ombro da mesma.
— De sossego?
— Não. De uma mulher. — disse Fabricio, pondo as mãos sobre a cintura — Eu sozinho não dou conta de toda a sua macheza!
— E agora que perdemos o Geovanni, fica difícil! — gritou Flavio, pondo as mãos sobre a cintura.
— Tudo culpa dessa chata branca dos cabelos prestos nogenta! — choramingou Léo.
— Quer que eu vá embora? Eu vou embora.
Soltou-se de Gee e virou-se de costas, arrumando a mala. Todos ficaram em silêncio e se entreolharam por alguns instantes.
Não.
Ela não podia ir embora. Em tão pouco tempo, havia conquistado todos os quarto de uma maneira que nenhuma outra fã e quase nenhuma outra pessoa no mundo havia conquistado. Léo correu e a abraçou por trás, erguendo seus pezinhos do chão por alguns segundos. Raaí deu um gritinho agudo.
— O que foi, seu demente?
— Te amo.
— Não, não ama. Você quer me trocar no procom.
Léo puxou a etiqueta da blusa de Raaí. Pensou melhor. Tirou o alargador de espiral roxo de 4 mm da orelha da menina.
— Tirei a etiqueta. Não dá pra trocar.
— Põe a minha espiral?
— Não.
— Você vai me roubar?
— Não é de Deus você ter um alargador. Papai do céu não aprova que meninas tenham um alargador maior que elas.
— Mas eu amo minha espiral! — choramingou — Ela é tudo pra mim!
— Ah, e eu sou o quê? — perguntou Gee.
— Comparado a espiral roxa, você é um saco de adubo — respondeu FaaaH — Eu te trocaria pela espiral.
Raíssa riu, fazendo high-5 em FaaaH de novo. Gee bufou, puxando Raíssa para seu colo. Ela com FaaaH lhe fazia ciúme desde os episódios da webcam. A menina riu baixinho, virando-se de lado e afagando os cabelos do garoto levemente, mordendo o lóbulo de sua orelha e sorrindo pro menino.
— Ciumento — sussurrou — Muito ciumento você, meu lindo.
— Só seu lindo. Só seu. E você é toda...
— Boa? — perguntou Fabricio, requebrando
— Minha — corrigiu Gee, fitando o garoto.
— Ah tá — respondeu Fabricio — Mas é nossa também!
— Porque é de todos? — perguntou, fazendo bico e abraçando a menina.
— Porque eu quero! — gritou Fabricio — Eu quero, eu quero, eu quero! 
— Meu Deus, é uma criança! — gritou Raaí, rindo. Sentou-se no sofá ao lado do Gee e esticou os braços — Vem cá, vem, bebê.
Fabricio correu e se jogou sobre o colo da menina, que riu e o ajeitou deitado com a cabeça em seu colo e o corpo para o lado. Afagou os cabelos do garoto, despenteando-os completamente. Léo e Gee riram. 
— Ele vai bater em você.
— Por quê? — perguntou Fabricio, fazendo careta.
— Seu cabelo.
— Ora, pelo amor de Deus — resmungou o garoto — Ela tá aqui, toda de boa, fazendo cafuné em mim. Acha que eu vou me importar se o meu cabelo vai ficar ou não uma bosta?
Raaí riu e assentiu, voltando a fazer cafuné. Fabricio se aconchegou sobre o colo da menina e fechou os olhinhos, pondo dois fones sobre o ouvido e ligando o aleatório do iPod.
— Minha criança — miou raissa, apertando as bochechas do garoto — Que coisa linda da Raaí! Meu dengo!
— Dengo? — perguntaram os quatro em uníssono.
— Eu tinha que falar isso na peça da minha escola no 1º ano... — ela disse, corando.
— Gostei — disse Gee rindo — Meu denguinho
— Pelo amor de Deus. Acho que de todos os apelidos "meigos", esse é realmente o pior, amigo — disse Léo, rindo.
— Eu sei — disse Raaí — É podre. Eu tinha que chamar uma menina de poia.
— Gostei — disse Fabricio, imitando o branquelo — Minha poiazinha.
Raaí continuou a fazer o cafuné em Fabricio quando a porta se escancarou.
— Há duas fãs aqui querendo entrar a todo preço. Eu deixo? — perguntou o segurança.
— Só duas? — perguntou Gee. O homem assentiu — Pode mandar...
— Qual choose elas são? — perguntou Raaí.
— Eu lá vou saber? — perguntou o segurança.
E saiu. As duas fãs entraram, receosas. Raaí nem olhou em direção às duas. Gee não tirou as mãos de sua cintura, o que a deixou um tanto quanto tranquila.
Porque estava com ciúmes? Também não sabia. Sabia que estava. E não queria dividir seu branquelo babaca com ninguém.
Logo, olhou pra cima. Viu Léo quase babando em cima de uma das garotas que entravam. Raaí pigarreou.
— Leonardo, seja cordial.
— Raíssa Martinelli, não seja intrometida — ele disse entredentes.
— Eu sou mesmo. Oi, linda, eu sou a Raaí, e você? — perguntou, sorrindo doce — E qual seu choose?
— Eu sou a Alessandra, mas me chama de Leka — disse, sorrindo doce — Eu não vou falar qual eu sou! Mas fica de boa que eu não vou roubar o Geezinho de você — disse, rindo — Mas... Qual é a do outro dormindo no seu colo?
— Caiu no sono. E a coragem de acordar? — perguntou, rindo e afagando os cabelos de FaaaH — Minha criança.
— Que coisa mais fofa — disse a outra — Sou a Hellen.
— Oi — disse Raaí, docemente.
A menina continuou a afagar os cabelos do garoto deitado em seu colo. FaaaH se remexeu e acordou. Deu um pulo ao ver outras duas garotas. Aconchegou-se novamente sobre o colo da garota e acenou para as outras duas em pé.
— Oi, amiguinhas — disse, meigo — Como vão? Estão bem? Bem alimentadas? Lavaram bem atrás das orelhas? Como vai a famí...
— Vai dormir, Fabricio — disse Raaí, rindo.
Ele assentiu, virando as costas e voltando a dormir. Raíssa riu alto e voltou o olhar às meninas, aconchegando-se sobre os braços de Gee.
— Então, monstrinhas... — disse Raaí, meiga — Como vão?
— Monstrinha é você, sua peste — disse Leka, chutando a canela de Raíssa levemente — Mas eu to bem.
— Ah, que bom. E peste é você, demônio! Só não te chuto pra não acordar minha criança.
— Você tem tanta sorte... — disse Hellen, suspirando — Um dormindo no seu colo, o outro agarrado com você como se morresse de medo de te perder... E os outros dois...
— Meu favorito é o Flavio — ela disse, sorrindo.
— Olha, você não comece, ouviu? — disse Gee, encostando o nariz sobre a orelha da menina e mordendo o lóbulo desta.
— Own, meu ciumento! — ela disse, rindo alto.
Geovanni bufou, fazendo as três garotas rirem e Leonardo rolar os olhos.
— Ele anda muito... Sensível — disse Leo.
— E você anda precisando de uma namorada — disse Raaí, rolando os olhos — Se alguma das duas for se candidatar, eu lhes passarei meu celular pra que entremos em contato e eu conte onde vocês irão se enfiar.
Leka riu, mas corou um pouco. Hellen apenas ria alto, sentando-se na cadeira. Raaí sorriu maliciosa pra Alessandra.
— Quer ajuda com o Leo, quer, linda? — perguntou, sorrindo.
— Não! — gritou, corando.
— Por quê? — disse Leo, de bico — Eu não tenho chances com você?
— Claro que tem! — gritou.
Ao perceber o que disse, Leka corou ainda mais e cobriu o rosto com as mãos. Raíssa ria alto, balançando as perninhas e acordando Fabricio, que lhe deu um tapa forte na perna e se aconchegando novamente.
— Para quieta, menina, tem gente tentando dormir na sua coxa.
— Que folga! — gritou Gee — Além de deitar na coxa da minha menina, ainda bate nela? — disse, indignado — Sai daí agora.
— Não — disse FaaaH, mostrando a língua — Ela me ama mais.
— Ah, não começa!
— Jesus — disse Hellen — Quanto amor.
— Muito — disse FaaaH, abrindo um sorriso meigo — Tó. Segura meu óculos aí, Raaí — e pôs delicadamente o óculos sobre o decote de Raaí — Obrigado.
Raaí simplesmente riu e voltou a afagar seus cabelos. Geovanni bufou, pegando o óculos e pondo no próprio colo. O segurança voltou ao camarim, fitando os presentes.
— Pois bem — disse, desconcertado — Se não se incomodam, vão ter que sair. Sabem, garotos, já estão aqui há quatro horas.
— Mas o FaaaH dormiu — disse Raaí, fitando o homem.
— Acorde-o. Vão todos pro hotel, a vã os espera.
— Em filmes a gente vai embora de limusine — resmungou Raíssa, dando um tapa sobre a testa de Fabricio — Levanta, criatura, vamos pro hotel.
— Hm, motel? Agora — disse, coçando os olhos.
— Olha o respeito, rapaz! — disse Geovanni.
Raaí riu e se levantou. Gee a abraçou por trás e encostou a cabeça sobre seu ombro, andando assim com ela. Leka e Hellen suspiraram.
— Não é bonitinho? — disse Hellen, empurrando Leka — Muito meigo.
— Também achei — disse, suspirando profundamente — Que criatura de sorte você, menina! — gritou, jogando uma pedrinha nela.
— Outch! Demônio!
— Peste! — gritou Leka de volta, rindo.
— Bobona!
— Agora eu vou chorar, ai que dor! — disse a castanha, pondo a mão no peito — Magoou meu coraçãozinho, Raíssa, machucou!
Raíssa mostrou a língua, fazendo a outra rir. Sentaram-se na vã e Fabricio se aconchegou novamente sobre o colo da menina, ocupando por si só um banco inteiro. As garotas acomodaram-se com Gee e Flavio no outro banco e Leo sentou-se no chão, a muitos resmungos.
— Moleque folgado, viu! — resmungou — Confortavelmente deitado no colo da menina enquanto eu sento no chão. Que coisa. Cacete, viu.
— Pára de reclamar, vai, Leozinho — resmungou Leka — Senta aí que eu sento no chão. Sou mais homem que você, por Deus.
Leo a fitou ofendido. Assim que Leka se levantou, sentou-se e a puxou pro próprio colo.
— Agora sossega aí.
— NÃO! — ela berrou — Você vai me bulinar, seu pervertido! Me solte! SOCORRO, HELP-ME, HELP-ME! — berrava, se debatendo.
— Sossega aí que você tá gostando — disse Fabricio, num resmungo. Virou-se e fechou os olhos de novo.
Raíssa, Hellen, Gee e Flavio se entreolharam. Começaram a rir retardadamente depois disso. Fabricio com sono era uma criatura realmente divertida. Raíssa voltou a afagar seus cabelos.
— Isso, meu bebê, bote moral!
Leka voltou a gritar. Raíssa bufou, levantando-se. Pegou o lenço que estava em seu pescoço, enrolou-o e amarrou em sua boca enquanto Leo segurava seus braços. Leka começou a resmungar mais ainda.
— Você não me irrite, Leka. Agora você vai ficar quieta. Até chegarmos no hotel.
Leka suspirou e sossegou. Aconchegou-se sobre o colo de Leo, que afagou levemente sua cintura enquanto Raíssa ria. Voltou a afagar os cabelos de Fabricio, que fechou os olhinhos e dormiu. O caminho até o hotel levara meia hora. Meia hora com Hellen e Gee cantando loucamente algumas das canções da Preface. De Raíssa ouvindo música e brincando no iPhone de Flavio. De Leka cantarolando mesmo com o lenço sobre a boca. Assim que chegaram, Raaí chacoalhou Faaah levemente, que coçou os olhos.
— Já é dia, mamãe? — perguntou com voz de bebê.
— Own, é sim, meu anjo. Na verdade, não. Mas chegamos ao hotel. Levanta.
— Ok — disse, pulando.
Raaí riu e afagou novamente os cabelos do garoto. Saiu da van e a puxou pra fora. Gee a puxou de volta e a abraçou por trás. Hellen saltitou atrás de Lanza, que lhe deu o braço e desataram a saltitar. Leo ajudou Leka a desamarrar o lenço da boca e ela sorriu, mordendo levemente o lábio. Flavio riu irônico.
— Puxa. Ninguém me ama, ninguém me quer — disse, soltando um suspiro e fazendo biquinho.
As três garotas se entreolharam e se soltaram dos respectivos garotos, correndo e abraçando Flavio, que sorriu.
— Agora eu sinto o amor!
— Mas que kiko mais abusado! — disse Gee, tomando Raíssa pra si.
— Não é? — disse FaaaH, puxando o braço de Hellen.
— Só porque tá carente quer roubar a mulher dos outros! — gritou Leo.
— Ah, é. Porque a Leka é sua mesmo. Quase se matou dentro do carro pra ficar no teu colo e agora é tua... — comentou FaaaH.
— E você fica quietinho.
Leka riu baixinho enquanto FaaaH e Leo discutiam por sua causa. Sentiu-se importante. Hellen a puxou pelo braço.
— Amiga, se sentiu especial agora, né? Pela primeira vez na vida, não é especial como um retardamento mental! Agora é especial de uma forma boa! — sussurrou, dando pulinhos.
— Cala a boca, Hellen. 
— Ai, sua estúpida! Neandertal!
— Me respeite.
Hellen bufou e saiu rebolando. Parou ao lado de Raíssa, que estava virada pra Gee, brincando com o cabelo do menino. Gee mordeu sua mão e ela fez biquinho.
— Sossega, menino. Não tem nada melhor pra fazer com seus dentinhos do que morder minha mão, não?
— Com os dentinhos só, não, mas com os lábios... — disse, sorrindo malicioso.
— Pervertido — resmungou, virando as costas.
— Nem sou! No geral, não! Você que me desperta instintos!
— QUE MENTIROSO! — berrou FaaaH, puxando Raíssa pra si — Ora, seu salafrário! Não engane a minha pequena! — gritou, dando um peteleco sobre o nariz do menino — Cachorro!
Leka, Hellen e Raíssa se entreolharam e começaram a rir. Raíssa se soltou delicadamente de Fabricio e entraram as três no hotel, rumando para o restaurante desse. Se sentaram e cada uma pediu uma coisa.
— Você tem muita sorte, menina — disse Hellen — Você foi chamada pra subir no palco, eles te amam... Há quanto tempo vocês se conhecem?
— Hm... Dois dias — disse, sorrindo.
— Só pode ser mentira — disse Leka, rolando os olhos — E eles já são assim com você?
— E o Geovanni já te ama?
— Sim! — ela respondeu, calmamente, bebericando o café — Me amam muito, aqueles bostinhas.
RIu consigo mesma e sorriu. Estava mesmo amando aquilo. Os garotos, as fãs querendo matá-la por estar tão próxima... Raíssa estava se sentindo parte de alguma coisa. Geovanni a abraçou por trás, mordendo seu pescoço e puxando uma cadeira pra si.
— Fugiu de mim, bobona? — perguntou, fazendo biquinho.
— Claro que não, minha vida.
Sorriu meiga e Gee assentiu, pegando seu café. Gostava como o dela estava agora, puro e forte. No geral, Raíssa só tomava assim. Abria exceções pra Cappuccinos e cafés do Starbucks, mas no geral, não.
— Te amo tanto — ele sussurrou, beijando a testa da menina.
— Ama nada, Gee — disse, rolando os olhos.
— Eu amo sim. Só eu entendo meu amor e o quão rápido eu comecei a te amar. Eu te amo sim, menina, amo muito.
Estava sério. Sério demais. A menina mordeu o lábio e ele selou os dele nos dela, fazendo-a sorrir fraco.Leka e Hellen suspiraram.
— Sortuda do caramba — disse Hellen, rindo.
— Ainda prefiro o Leo — disse Leka, rindo.
— Prefere, é? — disse Leo.
— Quê?! — gritou Leka.
Corou. Corou muito. Escondeu o rosto nas mãos e Hellen começou a rir. Rir alto. Raíssa e Gee faziam o mesmo e a menina se jogou em cima do branquelo. Gee sorriu e afagou os cabelos da menina, mandando beijinho a ela. A menina fez o mesmo e o puxou pra baixo, selando os lábios nos dele. Hellen suspirou.
— E eu aqui, sozinha e abandonada.
— Enfim — disse Leo, puxando uma cadeira e se sentando atrás de Alessandra — Então você é Choose Leo, linda? — disse, sorrindo meigo.
— Sou — disse, cobrindo o rosto envergonhada.
— Bom saber — disse rindo e beijando a bochecha da garota, mordendo-a em seguida.
Levantou-se e saiu. Leka sorriu bobamente e olhou pra Hellen, que fitava-a entediada.
— Ok. E eu aqui, segurando vela.
— Grita que é Choose FaaaH ou Flavio, como ela acaba de fazer. Só não fala que gosta do Leo senão dá briga — disse Raaí, rindo.
— E se eu gostar do Gee? — perguntou, sorrindo maliciosa.
Raíssa apenas a fuzilou com os olhos, fazendo Alessandra e Hellen rirem alto.
— Aí foda-se — respondeu depois de um tempo — Sou Choose Flavio!
— NÃO COMEÇA, RAÍSSA! — gritou Gee — Sabe que eu tenho ciumes!
— É? — perguntou, sorrindo — Não te perguntei — dise, dando um selinho estalado em Gee.
Gee levantou-se xingando loucamente enquanto Raíssa saltitava até Flavio. Estava sentado sobre a cadeira e Raíssa curvou-se atrás dele, beijando sua bochecha. Gee a segurou pela cintura, tirando-a do chão e levando-a até a cadeira onde jazia. 
— Não brinque comigo e o meu ciúme.
Raíssa riu alto e beijou a ponta do nariz de Gee. O garoto se sentou sobre seu colo e ela o abraçou, beijando a orelha dele.
— Sabe que eu não vou te trocar, meu branquelo lindo — sussurrou, mordendo o lóbulo da orelha do garoto.
Levantou-se e saiu desfilando. Os outros haviam subido para o quarto. Gee olhou em volta e saiu correndo. Pegou o mesmo elevador que Raíssa, e a garota jazia sentada no chão em posição de indiozinho mandando mensagens de texto. Gee sentou ao seu lado e jogou a cabeça em seu ombro.
— Pra quem é?
— Se te interessasse, seu celular vibraria... Agora.
E ela apertou o botão de enviar. Gee rolou os olhos, engatinhando até mais perto da garota, fazendo-a ajeitar-se de forma com que o menina ficasse entre suas pernas. Sorriu.
— Você, mocinha, é muito mal-educada e devia prezar mais o baixista gostosão que tem.
— Eu tenho um baixista gostosão? Harry Judd é meu? — perguntou, mordendo o lábio e sorrindo maliciosa.
— Pelo amor de Deus — disse Gee, rolando os olhos — Como você tem coragem de me comparar...
— Pois é — disse, suspirando — Amigo, você é uma ameba perto do Juddão.
— Raíssa!
Ela riu e deu um selinho nele. Gee levantou-se e entrou no apartamento sem olhar pra ela. A garota riu alto, abraçando-o por trás e beijando a orelha do garoto.
— Own, meu amor, não fica bravinho! — miou, mordendo seu pescoço.
— Não, vai atrás do Judd!
— O show deles esse ano já foi e eu não sei quando vai ser o próximo no Brasil! — miou, prendendo o riso.
Gee a encarou, visivelmente alterado. Soltou-se dela e bufou. Ela riu alto. Os outros entraram no quarto. Raíssa deitada na cama rindo alto, Gee na varanda.
— Eu magoei o coraçãozinho dele
— O que você fez? — perguntou FaaaH.
— Eu o comparei com o Harry Judd.
— Ah, é sacanagem! — disse Leka, rolando os olhos — Como comparar Harry Judd com o Gee? Acaba com a auto-estima do menino!
— Valeu, amiga! — gritou Gee, da varanda.
Raíssa riu baixinho e correu, o abraçando pela cintura. Gee virou-se, encarando a menina.
— E o Judd?
— Meu segundo amor platônico. Você é real, você tá aqui e eu gosto muito de você.
Beijou seu queixo. Raíssa não iria dizer tão cedo que o amava. Mas aquele gosto muito de você já o enchia de ego. E de alegria, também.
Os demais estavam do lado de fora, assistindo a cena, sem áudio, já que Raíssa fechou a porta. Amaldiçoaram a menina até o fim de seus dias por isso.
— Ok — disse Leka, rindo — A minha única certeza é de que eles estão bem.
— Você acha? — perguntou Hellen, rindo — Estão quase se comendo!
— Como sempre — disse Leo, enojado
— Pelo jeito uma garota não resolveu seu problema — disse Flavio, rolando os olhos.
— Talvez um bofe alto, branquelo e musculoso resolva! — disse FaaaH, rindo alto — GEOVANNI, COLA AQUI!
— O branquelo eu entendi, o lindo e musculoso é outro caso — cantarolou Leo.
Os outros entraram em crise de risos. Raíssa abriu a porta e fitou-os, rindo loucamente. Encarou-os com feições céticas e balançou a cabeça negativamente.
— Tsc, tsc. Pessoas sem etiqueta e educação. Parecem um bando de macacos.
— E vocês parecem animais na época de fertilização! — gritou FaaaH, mostrando a língua.
— Fertilização, Fabricio André? — perguntou Raíssa com as mesmas feições — Ah, Jesus. Ok então, meu anjo. Como é você, eu não vou responder porque você é fofinho e eu te amo, ok? Ok.
— Como assim? — perguntou Gee, alterado — Pra ele você diz que ama?
— Não sentiu minha ironia, ciumento? — perguntou, rindo.
— Sou ciumento, sim! — disse, colando a testa dele — Muito. Você é só..
O celular da menina tocou e ela pegou, dando um pulo ao ver quem era. Abriu um sorriso enorme e o atendeu. Gustavo.
— Meu amor — gritou — Tudo bem, vida?
— Eu to, meu amor. Ainda com sua família ? — perguntou, irônico.
— Ora, vá pra merda, seu bosta! — gritou, rindo e se jogando no sofá — Eu to. E eles são uns lindos, tá?
— Sério? — perguntou, assustado.
— Pior que sim — disse, rindo.
— Ok, então. Estarei te esperando na sua casa, com um pacote de pipocas pronto pra ser estourado, no jeito, no micro-ondas, seus filmes de terror e comédia romântica favoritos e muita Coca. — disse, rindo — Vou dar um cochilo. Me liga quando estiver vindo. E Raaí.
— Hm.
— Eu te amo.
Raaí sorriu pro telefone de maneira abobada, fazendo Geovanni bufar. Tinha ciúme de quem quer que fosse que deixasse essas feições bobas sobre a face de sua menininha.
— Eu também te amo, Gus.
E desligou, sorrindo mais boba ainda. Amava mesmo o melhor amigo. De um jeito que ninguém, ninguém, nunca iria entender. Gee sentou ao seu lado no sofá e afagou seus cabelos, sorrindo doce.
— Que foi?
— Meu best — ela disse, rindo — Ele é o melhor, Gee.
— Hm, o melhor? E eu? Sou um saco de bosta? Caralho, Raíssa, eu já disse que eu sou ciumento.
— E ele é o meu melhor amigo desde que eu ainda usada fraldas, ok? Você veja o jeito que fala comigo, Geovanni.
Gee abaixou a cabeça e Raíssa o puxou pra si, dando-lhe um selinho. O garoto abriu um sorriso meigo e a abraçou, afagando os cabelos da menina que deitou no colo dele. FaaaH rolou os olhos.
— Achei que eu fosse seu melhor amigo — disse, fazendo biquinho.
— Vá à merda, FaaaH.
— Ah, que meiguinha! — disse, apertando suas bochechas — Raaí, sua linda!
— Velho. Vai atrás da Hellen — disse Gee, suspirando — Ela é Choose Fabricio.
Hellen o encarou arregalando os olhos e corou. Corou muito. Raíssa ria alto e chacoalhou Geovanni, rindo.
— Como..
— Joguei verde.
— Viado! — gritou, rindo mais.
— Posso mostrar?
— Mostra — ela disse, rindo e fechando os olhos.
Geovanni riu, deitando-a no sofá e deitando por cima dela. Selou-lhe os lábios e as mãos ágeis e percorriam o corpo da menina, que ria. Ria enquanto Gee explorava quase que desesperadamente seu corpo. Segurou os braços deliciosos de baixista de Gee e riu, selando-lhe os lábios.
— Controle seu coraçãozinho, Gee. E suas mãozinhas também.
— Isso, me deixa doido mesmo — disse, selando os lábios nos dela de novo.
— Calma, menino — disse, rindo — Tudo em sua hora.
Piscou charmosamente e se sentou na cama ao lado de Flavio, rindo.
— Caralho — sussurrou Gee, passando a mão sobre os cabelos morenos — Eu...
— Vai tomar um banho frio, amigão — disse Leo, rindo alto.
— Espera até a Leka fazer isso com você, Leozito. Mas eu vou rir. Rir tanto! — praguejou, apontando o dedo na cara do amigo.
Saiu andando e entrou no banheiro, batendo a porta. Assim que ouviram o chuveiro sendo aberto, Raíssa desatou a rir. Ria alto. Flavio, Leo e Fabricio riam alto junto com ela. A menina deitou no ombro de Flavio, ainda rindo. Leka e Hellen se entreolharam indignadas: como assim?
— Sua tonta! — gritou Alessandra.
— Você é besta, é?
— Porque? — perguntou meigamente.
— Você e o Gee iam...
— Íamos — respondeu, assentindo — Mas eu não... eu não vou fazer isso. Não com plateia! Ora, pois! 
As duas riram, rolando os olhos
— Você maltrata o menino, Raíssa — disse Leka, rindo — Ele te ama.
— Como? Eu oo conheço há três dias! — disse ela, meio que indignada.
— Eu te amo — disse Fabricio, naturalmente — Como aa irmã que eu não tive
— Entendi — disse, rindo — Muito fofo você, amor, mas o máximo é gostar muito de mim. Amar é saber de todos os defeitos da pessoa e mesmo assim amá-la. Vocês não conhecem todos os meus defeitos.
Sorriu tristemente. Sabia de todos os defeitos e um deles era o fato de estar mentindo desse jeito pros garotos. Doía em si. Estava se sentindo um lixo tão grande que não havia uma definição precisa ou cruel o suficiente pra descrever aquilo. Era uma coisa tão... Horrenda. Eles a adotaram como parte da família. Da família mesmo, não daquela que ela caçoava junto com Gustavo e Michele.
— Ok — ele disse, dando os ombros — Mesmo quando conhecer todos os seus defeitos, você vai continuar sendo a minha pequena.
FaaaH então bagunçou seus cabelos e fez Raíssa sentir-se ainda pior. Cara, ela era um monstro. Sentia-se um, pelo menos. Enganando os garotos que estavam a acolhendo. Suspirou. Geovanni saiu do banho secando os cabelos na toalha e ainda sem camisa. Raíssa rolou os olhos.
— Pervertido, exibicionista e se achando o Jacob Black.
— Eu sei que você gosta — disse, piscando pra menina.
A garota mostrou a língua e ele pulou na cama, fazendo-a soltar um gritinho e sair correndo, escondendo-se atrás de Alessandra.
— Leka, me proteja!
— Eu não!
— Ela quer ver sexo e você acha que vai te esconder dele? — perguntou Leo, rolando os olhos.
— Se ela quer ver sexo, que filme vocês dois! — gritou Fabricio — Ele não vai corromper a minha menina! — gritou novamente, puxando Raíssa.
Por um momento, todos pararam. Leo e Leka coravam desumanamente, os outros se entreolharam. Logo, Raíssa, Geovanni e Flavio gargalharam. Fabricio acabou rindo também e Hellen apenas bateu a mão sobre a testa.
— Meu Deus — disse, assustada — Vocês são muito impuros!
— Vocês vírgula, meu bem — disse Raíssa, rindo — O seu menino e o Leo ali.
— E a Leka, porque né — disse Hellen, rindo alto.
— Pois é.
— Eu não sou impura! — gritou Leka, fazendo biquinho.
— Só queria ver a Raíssa e o Gee se comendo — disse Hellen, rindo ainda mais.
Alessandra rolou os olhos, dando um pescotapa em Hellen, que desatou a resmungar sobre como a outra era bruta. Gee acabou se distraindo. Raíssa aproximou-se da mala de Geovanni, pegando uma camisa e jogando em cima dele.
— Agora você já pode se vestir — disse, sorrindo meiga.
— Deixa assim que tá bom! — gritou Alessandra, rindo escandalosamente.
— Leka! — Hellen, Raíssa e Fabricio gritaram juntos.
Hellen e Raaí se entreolharam e começaram a rir. Leka ria junto. Geovanni bufou e vestiu a camisa, abraçando Raíssa por trás e andando de ré até o sofá, sentando-se com a menina no colo. Beijou seu pescoço e a menina riu.
— Vai querer tomar outro banho frio, meu lindo?
Ele bufou, sentando-a no sofá. Raísaa riu e se aproximou novamente, beijando o pescoço do menino e o mordendo delicadamente.
— Mas sabe que eu te adoro, né? — sussurrou, mordendo o lóbulo de sua orelha.
— OBA, SURUBA! — gritou Leka, pulando.
Raíssa mostrou o dedo do meio e Gee riu, ignorando o comentário de Leka.
— Adora, é? Já subiu o nível?
— TEM OUTRA COISA SUBINDO! — gritou Fabricio.
— Meu Deus, mas vocês dois são impossíveis! — disse Hellen, bufando.
— Gata, vou te mostrar o que é impossível — disse Fabricio, piscando.
Gee e Raíssa se distanciaram um pouco. Encararam os outros. Flavio e Leo se limitaram a suspirar. Gee bufou, pegando um travesseiro e pondo sobre o rosto. Leka fez algum comentário esdrúxulo sobre sexo e Hellen saiu perguntando a si mesma aonde foi que errou na escolha do Choose. Raíssa levantou-se calmamente e se sentou ao lado de Fabricio.
— Meu amor... — disse, meiga — Quando pensar em dar uma cantada em alguém... LEMBRE-SE DE QUEM VOCÊ É E CALA A BOCA. CANTA PRA ELA, MAS PELO AMOR DE DEUS, NÃO DÊ UMA CANTADA.
E lhe deu um sonoro tapa na testa. Fabricio bufou, fazendo-a rir alto e se sentar novamente ao lado de Gee, que deitou em seu colo. A menina afagou seus cabelos e ele beijou-lhe a barriga. A menina riu.
— Não desiste, né?
— Eu quero deixar a Leka feliz — disse, rindo — Ela quer porque quer ver...
— Não completa a frase antes que eu chame o Zé Bonitinho das cantadas infalíveis ali pra te dar uma lição de moral.
Fabricio levantou e ergueu o dedo indicador, pensando em responder, mas logo se sentou e desistiu, fazendo bico. Raíssa riu alto.
— Droga — disse FaaaH, bufando — Sua chata.
— Sou uma linda.
— É mesmo — disse Gee, sentando-se e beijando seu pescoço.
— SOSSEGUE SEUS HORMÔNIOS, MENINO! — ela gritou, batendo sobre a bochecha do garoto — Meu Deus, tá no cio, vida?
— Parece o Chiuaua da minha tia... — comentou Hellen — Ele gruda na nossa perna e não desgruda mais.
Raíssa desatou a rir e Gee fitou Hellen indignado. Leka caiu no chão de rir e Flavio balançou a cabeça.
— Isso, minha gente, não é engraçado. Nosso amiguinho tem uma doença, uma compulsão, ele tem um problema... — disse Flavio, suspirando — Pobre Geovanni.
— Vocês riem do problema dele porque não são vocês que aguentam na turnê, sem mulher nenhuma, ele agarrando! — disse Fabricio — Eu sou bulinado naquela vã! — gritou, choroso.
As garotas se entreolharam e começaram a rir. Raíssa se aproximou de Fabricio e o abraçou, rindo. Beijou os cabelos do garoto e riu.
— Meu Deus, coitadinho do meu bebê. Vamos denunciar esses monstros, ok? Prometo.
— Ok — miou, abraçado a ela — Obrigado, Raaí.
— Own, que coisa meiga. Disponha, meu lindo.
— Meu lindo — resmungou  — Gustavo é seu lindo, Fabricio André é seu lindo... Beleza, beleza. Só eu não sou lindo.
— Você é lindo por dentro! — ela gritou.
Geovanni a encarou e lhe deu um pescotapa. A garota bufou e o empurrou. Ele riu e a abraçou, beijando sua testa.
— Te amo. Desculpa.
— Pára de falar que me ama que eu desculpo.
Raíssa se sentia desconsertada e culpada quando o garoto dizia que a amava. Não a conhecia, ela era a dona do maior site de haters deles afinal. O garoto assentiu rindo e beijou seu nariz. Gee não conseguia entender o motivo de Raíssa odiar tanto a palavra 'amar'. Ele realmente estava fascinado com ela. Sabia, sim, de seus defeitos, mas os aceitava tranquilamente desde que ela continuasse a sorrir.
— Acho que vou indo. Tá ficando tarde e amanhã tem aula.
Raaí disse, mordendo o lábio e abaixando a cabeça. Gee assentiu e a abraçou, encostando a testa na dela e sorrindo pra menina.
— O que foi?
— Seus olhos — ele disse, sorrindo — Eles brilharam quando eu me aproximei.
— Exibido — disse, rindo.
Deu-lhe um selinho e ia se afastando, mas Geovanni a puxou pra perto e aprofundou o beijo. Raaí riu. Adorava beijá-lo. Talvez pelo jeito suave e ao mesmo tempo provocante que Gee afagava seu corpo e o explorava ferozmente, talvez pelo hálito quente e doce do garoto.
Deus, como ela amava aquele hélito. Era a coisa mais deliciosa do beijo de Thomas, sem dúvida. Mas não era em qualquer beijo com cara com hálito doce a quente que teria esse efeito. Era justamente aquele hálito. Nem é pro meu Vi, magina. Sorriu pro garoto enquanto mordia o lábio e o puxava. Gee deu um grito e a puxou de volta, encostando-se na parede e segurando o corpo dela contra o dele.
— Não faz isso, doida, machuca.
— Desculpa — disse, rindo.
— Ah, o que eu não faço por voCê, meu anjo?
Ela riu, dando os ombros. Deu mais um selinho no garoto e despediu-se do resto. Pegou a bolsa e mandou beijinhos no ar.
— Até um dia, meus lindos.
— Como assim até um dia? A gente vai te levar até em casa. — disse Flavio.
— E te buscar na escola amanhã. — Completou Fabricio.
— E ir morar com você! — gritou Leo, sambando.
— Pára de sambar, garoto safado! — gritou Raíssa, rindo e o abraçando.
Leo a fitou ofendido e a abraçou de volta, beijando sua bochecha. Raaí sorriu e mordeu a do garoto, logo mordendo o braço e fazendo careta.
— É duro — resmungou.
— Que culpa eu tenho de ser gostoso? — perguntou, rolando os olhos.
— Não se compara aos braços de baixista do meu Gee.
Mostrou a língua e continuou brincando com o amigo, enquanto Gee entrava em certo transe. Um sorriso bobo lhe invadiu os lábios e ele estufou o peito, sentindo-se orgulhoso, feliz e um completo idiota ao mesmo tempo. Mordeu o lábio e fitou a garota. Começou a brincar com o lábio, tentando crer no que ouvira. Meu Gee.
Como aquela pequena palavra de três letras completamente átona e sem valor nenhum quando solto. Meu Gee. Pronome possessivo de primeira pessoa. Meu carro, meu celular... Meu Gee. Sentiu-se importante. Raíssa o considerava dela.
— Gee? — perguntou a menina, o encarando.
— Hm?
— Está bem?
— Sim. To bem — disse, sorrindo. Minha Raíssa — completou mentalmente. — Vamos?
— Pra onde?
— pra um motel, fazer sexo selvagem a noite inteira — ironizou, rolando os olhos — Pra tua casa. Eu vou te deixar na porta.
Ela riu escandalosamente lhe dando um tapa e depois sorriu.
— Ok então — disse, rindo — Vamos.
Entraram todos no carro e Raíssa sentou-se no chão dessa vez. Por vontade própria. Já que alguém tinha de sentar, que fosse ela, não? Começou a batucar sobre as pernas e pôs um fone de ouvido na orelha e deixou o outro solto no colo. Gee saiu do banco e se deitou em seu colo, pondo o fone solto sobre o próprio ouvido.
— This love has taken its toll on me she said goodbye too many times before... — cantarolou baixo.
Raaí sorriu boba e afagou os cabelos do menino deitado em seu colo. Gee riu e mordiscou sua mão. Hellen batucava sobre as próprias pernas enquanto cantarolava baixinho a mesma música que Raíssa e Gee ouviam. Fabricio se deitou sobre o colo da garota, que por um momento paralisou. Depois começou a afagar os cabelos do menino, sorrindo bobamente.
— Ele vai babar no teu colo também — cantarolou Raíssa — Cuidado hein, Hellen, cuidado!
— Não deixa a menina assustada assim! — disse Leo, dando um tapa na nuca da menina — É a primeira menina que o Fabricio gosta.
— Antes dela foi o Ricardão — disse Flavio, secando uma lágrima imaginária.
As garotas começaram a rir e Fabricio lançou dedos do meio a todos. Hellen apenas riu e voltou a afagar os cabelos do garoto.
Chegaram na casa da Raíssa e a menina desceu do carro, despedindo-se dos garotos, e foi seguida por Gee. Encostou na porta e o garoto se curvou por cima dela, sorrindo fraco.
— Eu não sei mais viver sem você — disse, beijando o pescoço da menina — Amanhã eu vou mesmo te buscar na escola. Sério.
— Pode ir — disse rindo e afagando os cabelos do garoto.
— Eu vou mesmo — disse, rindo — Então..
— Até amanhã, Gee.
Virou-se pra destrancar a porta e ia abrindo-a, mas Gee a virou para si novamente e a beijou. Raaí sorriu durante o beijo e mordeu o lábio do garoto, que sorriu e fez o mesmo.
— Até amanhã, meu anjo.
— Até — disse, sorrindo e dando-lhe um selinho.
Entrou em casa e fechou a porta. Coçou a nuca e viu a televisão ligada, passando algum filme de ação, com genocídios e muito sangue. Viu Gustavo dormindo feito um anjinho no sofá e sorriu, abaixando e afagando docemente os cabelos do garoto. Gu acordou e coçou os olhinhos.
— Desculpa, eu dormi — disse, sentando-se.
— Claro que eu desculpo, minha vida — disse, sorrindo. Sentou-se no sofá e Gu deitou sobre seu colo, beijando sua barriga — Faz tempo que você tá aqui?
— Um tempinho — disse, sorrindo — Mas tá tudo certo. Quer assistir algum filme?
— Ok — ela disse, sorrindo — O que quer ver?
— Seus filminhos gays, pra você chorar e eu rir da sua cara — ele disse, rindo e abraçando a amiga pela cintura.
— Awn, que meigo — ironizou, rindo.
O garoto levantou-se e sentou no sofá enquanto Raíssa colocava o DVD. Pausaram depois dos trailers e foram para a cozinha. Raíssa fez dois chocolates quentes e Gustavo fez cookies e bolos de caneca. Voltaram pra sala e colocaram Titanic. Ao final do filme, a maquiagem de Raíssa jazia completamente borrava, ela soluçava e segurava tremulamente a caneca de chocolate quente.
— Meu Deus — disse Gustavo, tirando o DVD — Eu vou pôr um filme de comédia pra você, Raíssa, estou assustado. Quer o quê? Norbit? As Branquelas? Pequenino? 
— Pequenino — ela disse, olhando pro chão.
— Meu Deus, meu amor, não fica assim — ele disse, suspirando e abraçando-a — Já passou, ok? 
— Gu?
— Hm?
— VOCÊ PULA EU PULO! — ela gritou, chorando loucamente.
— Jesus Cristo! — ele gritou de novo, abraçando-a — Por favor, não chora, minha linda, eu vou chorar também, aí eu vou parecer uma moça! Eu não gosto de parecer uma moça! Vou parecer o Felix do Julie e os Fantasmas.
— Olha, você não fala do meu Felix — ela disse, apertando seu nariz.
— Desculpa — ele disse, rindo alto — O Felix é um gostoso.
— Eu comia — ela disse, rindo.
— E o seu branquelo sedução baixista? — perguntou Gu.
Raíssa corou, mordeu o lábio e cobriu o rosto com as pequenas mãos. Gustavo riu.
— Tá gostando do moleque. Sabia! Sabia! — gritou, apontando o dedo sobre o rosto de Raíssa — Você... Tá apaixonadinha por ele! E agora, Raíssa, e o Hate Preface?
Os olhos triplicaram de tamanho e os lábios tremelicaram. O rosto empalideceu e Raíssa abriu o berreiro novamente. Gu suspirou, a abraçando.
— Eu não sei, Gu, eu não sei o que vai ser de mim, do meu site, dos meus fãs...
— Você tinha fãs? — perguntou, assustado.
— Sei lá, devia ter. O blog é foda — disse, sorrindo e pulando — Enfim. AAAH, GU, O QUE EU FAÇO?
— Ouça o seu coração.
— GUSTAVO, ISSO NÃO É HORA DE DAR UMA DE MUFASA!
Gu riu, beijou a testa da menina e saiu andando. Raíssa bufou, sentando-se no sofá e jogando a cabeça pra trás. Suspirou. O que faria, não sabia. Sem a ajuda de Gustavo também complicava. Mordeu o lábio, pegando uma almofada e gritando alto. Levantou-se e voltou pro quarto. Entrou no computador e entrou no Twitter. Sorriu.


@GePreface : Passei o dia com a minha princesa que eu não sei se tem Twitter. Eu aqui, apaixonado, e ela em casa com um tal de Gustavo. Pode isso, produção?

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